Antes mesmo da reforma da previdência, o investimento em previdência privada já era um dos preferidos dos brasileiros poupadores.
Trata-se de um jeito prático de juntar dinheiro no longo prazo e com vantagens fiscais.
Com as mudanças na legislação e os anos a mais que todos teremos que trabalhar para ter acesso ao benefício do INSS, a previdência privada, ou previdência complementar, chama ainda mais a atenção.
Uma das vantagens desse investimento de longo prazo, que não serve apenas para complementar a aposentadoria, é a possibilidade de desconto no cálculo do Imposto de Renda.
É também uma ótima opção para transmissão de patrimônio porque o plano de previdência não passa pelo processo de inventário, permitindo que os herdeiros tenham acesso à herança sem complicações e custos extras.
Passo a passo para escolher o plano de previdência privada
Agora que você já conhece as vantagens de uma previdência privada e sabe as decisões que terá de tomar, vamos a um passo a passo dessa categoria de investimento.
1º passo: defina em quanto tempo você quer realizar esse projeto
Nem sempre a previdência privada visa ao complemento da aposentadoria oficial.
Ela também pode ser uma opção de acúmulo a longo prazo para a aquisição de um bem, o financiamento dos estudos de um filho, ou mesmo uma forma de garantir a renda por um tempo prolongado.
Saber quando vai começar a usar esse dinheiro, em meses ou anos, é importante para você definir os planos, a tributação e os fundos.
E quanto antes fizer uma previdência privada, melhor, porque a contribuição mensal caberá mais facilmente dentro do seu orçamento e o valor acumulado crescerá proporcionalmente.
2º Passo: defina a modalidade mais adequada para você
A forma como você faz sua declaração de Imposto de Renda vai ser definidora de qual plano escolher: o PGBL ou o VGBL.
O PGBL (Plano Gerador de Benefício Livre) é vantajoso para quem faz a declaração completa do Imposto de Renda de Pessoa Física.
Quem opta por esse plano pode usufruir de um benefício fiscal. É possível deduzir as contribuições ao plano da base de cálculo do Imposto de Renda.
Mas, atenção, isso vale até o limite de 12% da renda bruta anual, e desde que o investidor contribua para a previdência social (INSS ou regime próprio).
Nesse caso, o Imposto de Renda incidirá sobre o valor total resgatado ou de renda, conforme o tipo de tributação escolhida para o plano.
O VGBL (Vida Gerador de Benefício Livre) é mais adequado para quem faz a declaração simplificada do Imposto de Renda Pessoa Física, é isento ou já contribui com o limite de até 12% no PGBL.
Esse plano também busca a acumulação de recursos e sua transformação em renda no futuro.
O VGBL não permite o mesmo incentivo fiscal do PGBL na declaração do Imposto de Renda.
Em contrapartida, o Imposto de Renda sobre as aplicações incidirá somente sobre os rendimentos.
3º Passo: escolha o tipo de tributação
O uso que você fará da previdência privada ajudará a definir a tributação.
Se seu objetivo é complementar a aposentadoria, e você tem certeza de que só vai mexer no dinheiro no longo prazo, a tributação regressiva é a melhor opção.
Se você quer um dinheiro no médio prazo, considere a tributação progressiva.
4º Passo: selecione um fundo
Assim como você define seus ativos com base no seu perfil de investidor, poderá escolher o fundo mais próximo da sua realidade.
Você também pode dividir seu investimento na modalidade previdência privada entre alguns fundos disponíveis.
A vantagem desses fundos previdenciários é a ausência do come-cotas (antecipação de recolhimento do IR) e a possibilidade de desconto no Imposto de Renda.
O Banco do Brasil atua com os seguintes tipos:
- Fundos de renda fixa — aqui são combinados títulos públicos e privados, com leves flutuações a curto prazo;
- Fundos de ciclo de vida — são aplicações que se ajustam ao longo do tempo, começam com maior exposição à renda variável e migram para renda fixa, diminuindo os riscos à medida que se aproximam do objetivo;
- Fundos de multimercado — esses fundos são ideais para aqueles que desejam retornos maiores e sabem lidar com as variações do mercado.
- Fundos de carteira — fundos que seguem estratégias que se encaixam no perfil do investidor possuem diferentes níveis de volatilidade e são divididos em quatro perfis de risco: prudente, equilibrado, dinâmico e audaz.
5º Passo: projete qual será o valor e a periodicidade dos seus aportes
Os planos de previdência costumam ser bem flexíveis: você pode fazer um aporte único, de peso, ou contribuições periódicas alinhadas ao seu orçamento mensal.
Logo, essa é mais uma decisão que você vai tomar: um aporte grande ou aportes mensais (e de qual valor).
Não se esqueça de que quanto maior o prazo de investimento, maior será o valor de sua reserva acumulada nesse período planejado.
Depois de você entender melhor sobre previdência privada, a dica é: comece logo a investir.